
Antônio Carlos Camilo Antunes adquiriu salas comerciais e apartamento por mais de R$ 1,2 milhão sem registro em cartório, aponta levantamento - © Reprodução
O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, comprou duas salas comerciais em Brasília por meio de transferências via Pix dois meses antes de ser alvo da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
As escrituras consultadas mostram que, em 12 de fevereiro, Antunes adquiriu os imóveis localizados no Setor Bancário Norte, próximo à Esplanada dos Ministérios, pelo valor total de R$ 700 mil. Uma das salas foi paga com um Pix de R$ 335 mil; a outra, com duas transferências de R$ 182,5 mil cada. Os espaços ficam no Edifício Central Brasília, onde funcionavam empresas ligadas ao grupo Prospect Consultoria, de Antunes.
Além das salas, o empresário também comprou um apartamento de três quartos no bairro Cruzeiro, em outubro de 2024, por R$ 515 mil, pago por transferência bancária. Nenhum desses três imóveis foi registrado em cartório — prática legal, mas que pode servir para ocultar patrimônio.
Segundo a Polícia Federal, Antunes ainda adquiriu um prédio no Setor Comercial Sul em junho de 2024, por R$ 4 milhões, o único imóvel registrado. O bem foi declarado indisponível pela Justiça após a deflagração da operação.
Indícios de lavagem de dinheiro
Relatórios da PF apontam que as aquisições imobiliárias de Antunes, muitas delas feitas por meio da offshore RPDL LTD (Camilo & Antunes Limited), registrada nas Ilhas Virgens Britânicas, somam mais de R$ 11 milhões. Para os investigadores, há fortes indícios de lavagem de dinheiro, já que os pagamentos de alto valor coincidem com o período em que a quadrilha operava fraudes no INSS.
Em depoimento à CPMI do INSS, o ex-diretor financeiro do grupo Prospect, Milton Salvador, afirmou que as empresas ligadas a Antunes ocupavam quase todo um andar do Edifício Central Brasília e detalhou o funcionamento da rede de negócios.
O “Careca do INSS” está preso preventivamente desde 12 de setembro e deve ser ouvido pela CPMI nesta quinta-feira (25). Procurada, a defesa do empresário não se manifestou.
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