Cerca de 45% dos médicos apresentam algum quadro de doença mental, aponta pesquisa

Cerca de 45% dos médicos apresentam algum quadro de doença mental, aponta pesquisa


Quase um terço dos médicos do Norte relata sintomas de ansiedade sem acompanhamento

Com rotinas de trabalho que podem ultrapassar 70 horas semanais e uma pressão constante pela excelência em toda jornada, médicos enfrentam condições que favorecem o esgotamento emocional. Nova pesquisa Qualidade de Vida do Médico, realizada pelo Research & Innovation Center da Afya, maior ecossistema de educação e tecnologia em medicina no Brasil, mostra que cerca de 45% desses profissionais apresentam algum quadro de doença mental.

A pesquisa, realizada entre os dias 29 de janeiro e 1º de abril deste ano, com uma amostra de 2.147 médicos brasileiros, aponta que 1 a cada 2 médicos (58,2%) já vivenciaram algum grau de esgotamento relacionado ao trabalho, enquanto 4 em cada 10 convivem com um diagnóstico de transtorno de ansiedade. Apenas 24,7% afirmam nunca ter apresentado sintomas de ansiedade — o que significa que mais de 75% já vivenciaram algum grau de sofrimento ansioso ao longo da vida.

No recorte feito por região, 36% dos médicos nortistas apresentam sinais de burnout sem acompanhamento profissional, taxa acima da média nacional. A região ainda lidera em diagnósticos atuais de transtornos com acompanhamento (5%), o que indica uma busca por tratamento, mas também expõe um cenário de sofrimento intenso.

Quando o assunto é autocuidado, a situação também preocupa. Apenas 33% dos médicos da região Norte mantêm uma rotina regular de atividade física — prática reconhecida como fator protetivo contra sintomas de doenças psíquicas.

O estudo destaca também que regiões com menor adesão a atividades preventivas coincidem justamente com os maiores índices de automedicação, sugerindo que a falta de hábitos saudáveis estaria sendo compensada por estratégias individuais e, muitas vezes, arriscadas de manejo da saúde mental.

Bora se Cuidar

Para dar visibilidade à questão da saúde dos médicos brasileiros e criar um espaço de acolhimento, neste Setembro Amarelo, a Afya lançou a campanha “Bora se Cuidar”, que aposta na leveza para tratar da saúde mental e se propõe a ser um porto seguro não só para médicos, mas também para os estudantes, que enfrentam uma carga horária acima da média de outros cursos.

A campanha conta com um vídeo protagonizado pelo influenciador médico Ricardo Kores, que traz a proposta “do riso à reflexão”. Além disso, há conteúdos de outros profissionais, podcasts e uma landing page exclusiva, que reúne diferentes formatos de apoio, como chat de ajuda, cartilha de autocuidado e calendário de eventos, permitindo que cada pessoa escolha o conteúdo que melhor se encaixa em seu momento.

“A formação médica exige dedicação integral, o que, somado à cobrança por excelência e à dificuldade de reservar tempo para si, pode favorecer o esgotamento emocional. A Afya quer tornar essa jornada menos solitária e mais sustentável do ponto de vista emocional. O cuidado precisa começar ainda na base, durante a graduação, e se estender por toda a trajetória da Medicina”, destaca Stella Brant, vice-presidente de Marketing e Sustentabilidade da Afya.

Afya Amazônia

A Afya tem uma forte relação com a Amazônia, com 16 unidades de graduação e pós-graduação na Região Norte. O estado de Rondônia conta com 3 instituições: duas graduações (Afya Centro Universitário de Porto Velho e Afya Ji-Paraná) e uma pós-graduação (Afya Educação Médica de Porto Velho). Tem ainda oito escolas de Medicina em outros estados da Região: Amazonas (2), Acre (1), Pará (4) e Tocantins (3). Além delas, a Afya também está presente na região com 3 unidades de pós-graduação médica nas capitais Belém (PA), Manaus (AM) e Palmas (TO).

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