Superquarta: Copom deve manter Selic em 15% e Fed retomar corte de juros nos EUA

Mercado aposta em decisão sem surpresas no Brasil e redução de 0,25 ponto nos Estados Unidos; investidores aguardam projeções e discurso de Powell - © Shutterstock

Nesta “Superquarta”, marcada por decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, a expectativa é de que o Copom (Comitê de Política Monetária) mantenha a Selic em 15% ao ano, enquanto o Fed (Federal Reserve) deve anunciar a retomada do ciclo de cortes nos juros americanos, reduzindo a taxa em 0,25 ponto percentual.

No Brasil, todas as 36 instituições consultadas pela Bloomberg apostam na manutenção da taxa básica de juros, interrompendo por mais tempo o ciclo de altas iniciado em 2021. Já nos EUA, a ferramenta FedWatch, do CME Group, aponta 96% de probabilidade de corte, com 99 dos 101 analistas ouvidos prevendo redução nessa magnitude.

Reação do mercado

Na véspera da decisão, o dólar fechou em queda de 0,43%, a R$ 5,298, menor valor desde junho de 2024, e a Bolsa subiu 0,35%, renovando recorde ao atingir 144.061 pontos. O otimismo reflete a expectativa de estímulo à economia americana.

Fatores no radar do Fed

A inflação nos EUA acelerou para 2,9% em agosto, o maior ritmo desde o início de 2025, ao mesmo tempo em que o mercado de trabalho perdeu força com a queda na oferta de mão de obra após restrições migratórias do governo Trump. O presidente do Fed, Jerome Powell, já havia alertado sobre riscos de alta do desemprego.

O corte, se confirmado, será o primeiro em nove meses – a última redução ocorreu em dezembro de 2024. A decisão também ocorre em meio a pressões políticas: Trump vem atacando publicamente Powell e tenta ampliar influência no Fed após conseguir a aprovação do indicado Stephen Miran ao conselho da instituição.

Expectativas no Brasil

No último encontro, em julho, o Copom havia interrompido a trajetória de alta e adotado tom cauteloso. Agora, economistas esperam que a autoridade monetária sinalize maior confiança de que a manutenção da Selic em 15% “por período prolongado” será suficiente para levar a inflação de volta à meta.