
“Começou a ser contada em 2015 e até hoje não tem final feliz”
Contam os antigos do bairro Três Marias que existe uma rua encantada em Porto Velho.
Não é uma rua qualquer, dessas que levam a algum lugar.
Essa aqui é diferente: a Rua Capão da Canoa leva o povo pra um só destino — a esperança de que um dia ela vai terminar.

Assinatura da ordem de serviço no bairro Fortaleza (2015)
A história começa lá atrás, em 2015, quando o então prefeito Dr. Mauro Nazif anunciou que o bairro Três Marias seria finalmente abençoado com drenagem, asfalto e calçadas novas.
O povo acreditou, claro. Teve assinatura de ordem de serviço, matéria no site da Prefeitura e até promessa de que o alagamento seria “coisa do passado”.
Máquinas chegaram, os primeiros buracos foram abertos e o bairro vibrou.
Mas, como toda boa lenda, o encanto durou pouco: a obra parou antes de virar realidade.
E o que ficou foi o barro — o mesmo barro de sempre, só que agora com saudade do asfalto que nunca veio.

Ex-prefeito Hildon Chaves e deputado federal Coronel Chrisóstomo (2023)
Anos depois, veio Hildon Chaves com sua equipe, trazendo de volta a esperança.
Dessa vez, era pra valer!
Um contrato milionário, o tal do nº 049/PGM/2022, foi assinado com a Madecon Engenharia, no valor de R$ 8 milhões e uns quebrados.
Tinha drenagem, calçadas acessíveis e promessa de que o Três Marias “viraria outro bairro”.
E virou mesmo — virou pauta de protesto, de reclamação e de notícia repetida.
Porque o que era pra ser obra, virou novela.
Em 2023, as máquinas voltaram, fizeram barulho, abriram valas, e o povo, de novo, acreditou.
“Agora vai!” — diziam os moradores, enquanto tiravam fotos pra guardar o momento histórico.
Mas o destino é travesso.
Logo surgiram os velhos fantasmas: “erro no projeto”, “chuvas atípicas”, “problemas técnicos”.
E lá se foi a Capão da Canoa, outra vez, pro limbo das obras paradas.
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Prefeito Léo Moraes (2025)
Aí chegou 2025, com o novo prefeito Léo Moraes prometendo virar a página da história.
Em abril, ele apareceu no bairro dizendo que “agora é questão de honra entregar”.
O povo até acreditou de novo — porque no Três Marias, a fé é forte.
Máquinas voltaram, uniformes novos, promessas fresquinhas.
Mas três meses depois, o silêncio foi o som mais alto.
A Prefeitura avisou que a empresa tinha encontrado “novas interferências no subsolo” e pediu mais 120 dias de prazo.
Era o 4º aditivo, ou como dizem os mais velhos: “o quarto capítulo da mesma novela”.
Hoje, onze meses depois da nova gestão, a Rua Capão da Canoa continua lá — metade lama, metade esperança.
As crianças aprendem a andar de bicicleta desviando dos buracos.
Os moradores fazem piada pra não chorar:
“Aqui, a única coisa que avança é o prazo.”
E quando o céu escurece e o trovão anuncia chuva, o bairro inteiro já sabe:
a rua vai cantar de novo o mesmo refrão — “um dia termina, um dia termina…”
E assim segue a lenda da Rua Capão da Canoa, contada de geração em geração.
Uma história real, escrita em barro e aditivos de contrato, onde cada prefeito promete ser o autor do último capítulo.
Mas o final, até agora, ninguém viu.
📍 Bairro Três Marias, Porto Velho (RO) — onde a esperança é a única obra que nunca parou.
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