MP de Goiás move ação contra a WePink, empresa de Virginia Fonseca, por práticas abusivas e 90 mil reclamações de consumidores

Promotoria pede suspensão de lives promocionais e indenização de R$ 5 milhões por danos coletivos - © Divulgação - Câmara dos deputados

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) ajuizou, nesta quarta-feira (8), uma ação civil pública contra a WePink, empresa de cosméticos da influenciadora Virginia Fonseca, por práticas abusivas e descumprimento de direitos do consumidor.

A ação, movida pela 70ª Promotoria de Justiça de Goiânia, é baseada em mais de 90 mil reclamações registradas no site Reclame Aqui em 2024 e 340 denúncias ao Procon-GO. As principais queixas envolvem falta de entrega de produtos, atrasos nos prazos, dificuldade de reembolso, atendimento automatizado ineficiente, remoção de críticas nas redes sociais e entrega de cosméticos com defeitos ou estragados.

📦 Reclamações e indícios de má-fé

O promotor Élvio Vicente da Silva, autor da ação, destacou um trecho de uma live em que Thiago Stabile, sócio da empresa, admite que a WePink não conseguiu cumprir prazos por falta de matéria-prima diante do aumento das vendas. Para o MP, essa fala caracteriza publicidade enganosa e má-fé contratual.

O órgão incluiu ainda um auto de infração do Procon, citando o caso de uma cliente que esperou sete meses pelos produtos, não recebeu e não teve o valor estornado.

“Para cada reclamação formal, há um número muito maior de consumidores lesados que não se manifestam. O número real de prejudicados pode ser de três a dez vezes maior”, destaca a promotoria.

⚖️ Pedidos do Ministério Público

O MP solicitou tutela de urgência à Justiça, pedindo:

• Suspensão de novas lives promocionais até a regularização das entregas;
• Criação de um canal de atendimento humano, com resposta em até 24 horas;
• Mecanismo simplificado de cancelamento e reembolso, com devolução em até sete dias;
• Entrega imediata de produtos pagos;
• Multa diária de R$ 1.000 em caso de descumprimento.

Além disso, o Ministério Público pede indenização por dano moral coletivo de R$ 5 milhões, revertida ao Fundo Estadual de Defesa do Consumidor, e reparação individual aos clientes lesados.

💄 Defesa e faturamento milionário

A WePink informou que ainda não foi notificada oficialmente da ação. A empresa alegou em outras ocasiões que está reestruturando processos internos, ampliando a capacidade logística e melhorando o atendimento.

Fundada em 2021, a marca explodiu em vendas e faturou cerca de R$ 750 milhões em 2024, mais que o dobro dos R$ 325 milhões de 2023. A influenciadora Virginia Fonseca, que tem quase 53 milhões de seguidores no Instagram, é apontada pelo MP como fator de influência decisivo nas compras, o que aumenta a responsabilidade da marca perante os consumidores.

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