
O presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, falou abertamente sobre as recentes crises internas na Libra, entidade que busca unificar a negociação dos direitos de transmissão do futebol brasileiro. Em meio a críticas sobre arbitragem e divisão de receitas, o dirigente participou do Fórum Rio Empreendedor, nesta quinta-feira (9), e fez duras declarações sobre o comportamento dos clubes e a condução das discussões.
“As histórias de que o Flamengo está asfixiando alguém… há 13 anos, a gente não tinha dinheiro nem para comprar lâmpada ou papel higiênico. Ninguém ajudou o Flamengo naquela época. Agora, quando o clube está forte, querem impor redutores e restrições. Isso não é colaboração, é incoerência”, afirmou Bap.
“Flamengo só defende o que foi combinado”
O presidente rubro-negro rebateu as acusações de que o Flamengo estaria dificultando os acordos dentro da Libra e destacou que o clube apenas exerce direitos previstos desde a criação da liga.
“A revolta de alguns clubes me surpreende. O Flamengo está defendendo o que foi princípio da formação da Libra. Não tem nada de novo. É uma briga por narrativa pública. Querem inverter o papel de quem apenas está cumprindo o que foi combinado”, disse.
Segundo Bap, 70% dos recursos são divididos de forma igualitária, e os 30% restantes refletem o tamanho e impacto de cada clube, modelo inspirado em ligas europeias. “O Flamengo não aceitará redutores nesses 30%. O equilíbrio já está embutido nos outros 70”, reforçou.
“Gentileza gera gentileza, grosseria não gera gentileza”
O dirigente também fez críticas à postura de alguns representantes de clubes durante as reuniões.
“Tem gente que posa de generoso, de inclusivo, mas levanta e vai embora da reunião antes de votar. Depois, fala em união. Gente, quem bate esquece, quem apanha não esquece nunca. Gentileza gera gentileza, grosseria não gera gentileza”, disparou.
Questionado sobre bandeira branca entre as partes, Bap descartou essa possibilidade.
“Não é questão de bandeira branca. É de maturidade. O Flamengo está cumprindo o estatuto que foi acordado lá atrás. Quem discorda precisa amadurecer o debate, não personalizar o conflito.”
Caminho jurídico e críticas à falta de profundidade
Bap confirmou que a disputa entre os clubes deve seguir para arbitragem judicial, após oito meses de impasse.
“Tentamos o acordo, não conseguimos. O próximo passo é a Justiça. Está no estatuto, e todos terão que conviver com a decisão”, afirmou.
O presidente ainda criticou a falta de debates estruturais dentro da Libra, afirmando que o foco tem sido apenas financeiro.
“Estamos há nove meses discutindo dinheiro. Só dinheiro. Nenhuma conversa sobre arbitragem, calendário, gestão ou modernização. É uma conversa rasa, com um palmo de profundidade. O futebol brasileiro repete os mesmos problemas de 30 anos atrás.”
Reflexão sobre o futuro
Encerrando sua fala, o dirigente usou uma metáfora para explicar o momento da Libra:
“Uma liga é como um casamento. Pode durar um ano, cinco, dez ou acabar. O futuro vai depender da maturidade dos clubes. Discordância comercial não pode destruir o que ainda precisa ser construído.”
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