Após quase dois mandatos completos, o governador Marcos Rocha encerra sua gestão com o caos na saúde pública, obras paradas e foco voltado para sua candidatura ao Senado — enquanto a população segue sem o hospital prometido e convivendo com ruas inacabadas e descaso generalizado.
Prometer é fácil. Cumprir, nem tanto. E em Rondônia, o tempo tem mostrado que as palavras do governador Marcos Rocha (UB) ficaram bem distantes da realidade vivida pela população. Prestes a encerrar seu segundo mandato consecutivo, o chefe do Executivo estadual tenta agora pavimentar o caminho rumo ao Senado Federal, mas deixa para trás uma herança de promessas não cumpridas, especialmente na área da saúde e na infraestrutura urbana.
O Hospital João Paulo II, em Porto Velho, continua sendo o mesmo símbolo do caos de décadas atrás. Conhecido nacionalmente como “o pior hospital do Brasil”, o local acumula corredores lotados, infiltrações, goteiras e pacientes amontoados em macas.
A promessa era clara: construir um novo Hospital de Urgência e Emergência (HEURO) para substituir o João Paulo II. O terreno foi mostrado, o projeto anunciado, a placa colocada — mas a obra nunca saiu do papel. Licenças cassadas, contratos questionados e uma série de entraves burocráticos viraram desculpas para justificar o que, na prática, é falta de gestão e prioridade.
Enquanto isso, profissionais da saúde seguem trabalhando em condições precárias, pacientes agonizam esperando vagas e Rondônia continua sendo manchete negativa no cenário nacional da saúde pública.
Infraestrutura: o “Tchau Poeira” virou poeira mesmo
Outro carro-chefe das promessas de Marcos Rocha foi o programa “Tchau Poeira”, lançado com pompa para pavimentar ruas e melhorar a infraestrutura nos municípios. Em tese, o programa levaria asfalto e urbanização a todos os 52 municípios do estado.
Na prática, a maioria das obras está parada, inacabada ou sequer iniciada — especialmente em Porto Velho, onde bairros inteiros convivem com lama, buracos e promessas antigas. Em muitos locais, as placas com o nome do programa resistem mais do que as próprias obras.
O foco agora é outro
Com o fim do segundo mandato se aproximando, Marcos Rocha parece mais interessado em garantir um novo cargo em Brasília do que em entregar resultados à população. Fontes políticas apontam que o governador tem dedicado boa parte de sua agenda a articulações eleitorais, preparando terreno para disputar uma vaga no Senado Federal.
Além disso, há indícios de movimentação para eleger sua esposa à Câmara Federal e seu irmão à Assembleia Legislativa, ampliando o poder familiar dentro da política rondoniense.
Quase oito anos de discursos, poucas entregas
De 2019 até agora, o discurso de “mudança”, “honestidade” e “eficiência” foi repetido à exaustão. Mas o que o povo vê são promessas virando slogans, obras travadas, fila na saúde aumentando e esperança diminuindo.
Rondônia precisava de gestão — e recebeu marketing político.
📍 Resumo das principais promessas não cumpridas:
| Área | Promessa | Situação Atual | Observação |
|---|---|---|---|
| Saúde | Construção do novo Hospital de Urgência e Emergência (HEURO) | ❌ Não cumprida | Obra nunca iniciada; licenças cassadas e promessas adiadas. |
| Saúde | Modernização e ampliação do Hospital João Paulo II | ❌ Não cumprida | Hospital segue em condições precárias e superlotadas. |
| Infraestrutura | Programa “Tchau Poeira” com obras em 52 municípios | ⚠️ Parcialmente cumprida | Obras em andamento ou paradas em várias cidades, inclusive Porto Velho. |
| Gestão | Criação da Secretaria do Interior | ❌ Não cumprida | Nunca efetivada oficialmente por decreto ou lei. |
| Desenvolvimento Regional | Regularização fundiária urbana e rural | ✅ Em andamento | Algumas entregas de títulos em 2024–2025. |
| Segurança Pública | Valorização e reaparelhamento das forças | ✅ Parcialmente cumprida | Investimentos em viaturas e equipamentos, mas com déficit de efetivo. |
| Transparência | Implantar sistema de controle e dados públicos | ⚠️ Parcialmente cumprida | Portal de transparência existe, mas com falhas e dados defasados. |
O governo Marcos Rocha se aproxima do fim deixando para trás a poeira das promessas e o peso da decepção popular. Em quase oito anos de gestão, a população de Rondônia esperava evolução, mas o que recebeu foi descaso, improviso e o velho roteiro da política tradicional: promessa em época de eleição e silêncio no fim do mandato.
Enquanto o governador mira o Senado, o povo mira os corredores lotados do João Paulo II e pergunta:
onde ficou a “mudança” prometida em 2018?
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