Agência Rondônia

Quase oito anos depois: Marcos Rocha deixará Rondônia com o pior hospital do Brasil e promessas enterradas no “Tchau Poeira”

Quase oito anos depois: Marcos Rocha deixará Rondônia com o pior hospital do Brasil e promessas enterradas no “Tchau Poeira”


Após quase dois mandatos completos, o governador Marcos Rocha encerra sua gestão com o caos na saúde pública, obras paradas e foco voltado para sua candidatura ao Senado — enquanto a população segue sem o hospital prometido e convivendo com ruas inacabadas e descaso generalizado.

Prometer é fácil. Cumprir, nem tanto. E em Rondônia, o tempo tem mostrado que as palavras do governador Marcos Rocha (UB) ficaram bem distantes da realidade vivida pela população. Prestes a encerrar seu segundo mandato consecutivo, o chefe do Executivo estadual tenta agora pavimentar o caminho rumo ao Senado Federal, mas deixa para trás uma herança de promessas não cumpridas, especialmente na área da saúde e na infraestrutura urbana.

O Hospital João Paulo II, em Porto Velho, continua sendo o mesmo símbolo do caos de décadas atrás. Conhecido nacionalmente como “o pior hospital do Brasil”, o local acumula corredores lotados, infiltrações, goteiras e pacientes amontoados em macas.

A promessa era clara: construir um novo Hospital de Urgência e Emergência (HEURO) para substituir o João Paulo II. O terreno foi mostrado, o projeto anunciado, a placa colocada — mas a obra nunca saiu do papel. Licenças cassadas, contratos questionados e uma série de entraves burocráticos viraram desculpas para justificar o que, na prática, é falta de gestão e prioridade.

Enquanto isso, profissionais da saúde seguem trabalhando em condições precárias, pacientes agonizam esperando vagas e Rondônia continua sendo manchete negativa no cenário nacional da saúde pública.
Infraestrutura: o “Tchau Poeira” virou poeira mesmo

Outro carro-chefe das promessas de Marcos Rocha foi o programa “Tchau Poeira”, lançado com pompa para pavimentar ruas e melhorar a infraestrutura nos municípios. Em tese, o programa levaria asfalto e urbanização a todos os 52 municípios do estado.

Na prática, a maioria das obras está parada, inacabada ou sequer iniciada — especialmente em Porto Velho, onde bairros inteiros convivem com lama, buracos e promessas antigas. Em muitos locais, as placas com o nome do programa resistem mais do que as próprias obras.
 
O foco agora é outro

Com o fim do segundo mandato se aproximando, Marcos Rocha parece mais interessado em garantir um novo cargo em Brasília do que em entregar resultados à população. Fontes políticas apontam que o governador tem dedicado boa parte de sua agenda a articulações eleitorais, preparando terreno para disputar uma vaga no Senado Federal.

Além disso, há indícios de movimentação para eleger sua esposa à Câmara Federal e seu irmão à Assembleia Legislativa, ampliando o poder familiar dentro da política rondoniense.

Quase oito anos de discursos, poucas entregas

De 2019 até agora, o discurso de “mudança”, “honestidade” e “eficiência” foi repetido à exaustão. Mas o que o povo vê são promessas virando slogans, obras travadas, fila na saúde aumentando e esperança diminuindo.

Rondônia precisava de gestão — e recebeu marketing político.


📍 Resumo das principais promessas não cumpridas:

Área Promessa Situação Atual Observação
Saúde Construção do novo Hospital de Urgência e Emergência (HEURO) Não cumprida Obra nunca iniciada; licenças cassadas e promessas adiadas.
Saúde Modernização e ampliação do Hospital João Paulo II Não cumprida Hospital segue em condições precárias e superlotadas.
Infraestrutura Programa “Tchau Poeira” com obras em 52 municípios ⚠️ Parcialmente cumprida Obras em andamento ou paradas em várias cidades, inclusive Porto Velho.
Gestão Criação da Secretaria do Interior Não cumprida Nunca efetivada oficialmente por decreto ou lei.
Desenvolvimento Regional Regularização fundiária urbana e rural Em andamento Algumas entregas de títulos em 2024–2025.
Segurança Pública Valorização e reaparelhamento das forças Parcialmente cumprida Investimentos em viaturas e equipamentos, mas com déficit de efetivo.
Transparência Implantar sistema de controle e dados públicos ⚠️ Parcialmente cumprida Portal de transparência existe, mas com falhas e dados defasados.


O governo Marcos Rocha se aproxima do fim deixando para trás a poeira das promessas e o peso da decepção popular. Em quase oito anos de gestão, a população de Rondônia esperava evolução, mas o que recebeu foi descaso, improviso e o velho roteiro da política tradicional: promessa em época de eleição e silêncio no fim do mandato.

Enquanto o governador mira o Senado, o povo mira os corredores lotados do João Paulo II e pergunta:
onde ficou a “mudança” prometida em 2018?

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