Bolsonaro é diagnosticado com duas hérnias inguinais e defesa pede cirurgia, mas STF exige novos exames

Ex-presidente enfrenta problemas de saúde, enquanto ministro Alexandre de Moraes nega pedido imediato de cirurgia e determina nova avaliação médica (foto © Lusa)

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi diagnosticado com duas hérnias inguinais e deverá passar por cirurgia, conforme informou no domingo o advogado João Henrique de Freitas, integrante de sua equipe de defesa. O diagnóstico foi confirmado após a realização de uma ecografia com aparelho portátil de ultrassom, feita dentro da sede da Polícia Federal, onde Bolsonaro está detido.

Segundo o advogado, a equipe médica avaliou que a cirurgia é o único tratamento definitivo para o problema. A informação também foi divulgada nas redes sociais por Carlos Bolsonaro, que afirmou que exames anteriores já indicavam a necessidade do procedimento cirúrgico.

Diante do quadro, a defesa solicitou autorização para que o ex-presidente fosse internado e submetido à cirurgia. No entanto, o pedido foi negado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a apresentação de novos exames médicos antes de qualquer decisão.

Carlos Bolsonaro criticou a decisão, afirmando que a exigência não costuma ser aplicada a outros presos em situações semelhantes, comparando o caso a procedimentos concedidos a criminosos comuns quando necessitam de atendimento cirúrgico.

Em sua decisão, Alexandre de Moraes argumentou que Bolsonaro vem recebendo acompanhamento médico contínuo desde que foi levado à sede da Polícia Federal e que não houve situação de emergência. O ministro também ressaltou que os exames apresentados pela defesa eram antigos, sendo o mais recente realizado há cerca de três meses, sem indicação imediata de cirurgia. Por isso, determinou que a Polícia Federal providencie uma nova avaliação médica atualizada.

Além das hérnias, Jair Bolsonaro, de 70 anos, enfrenta crises recorrentes de soluços, um câncer de pele em estágio inicial e sequelas de cirurgias abdominais realizadas após a facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018.

O ex-presidente cumpre pena de 27 anos de prisão e está detido desde o fim de novembro, quando tentou retirar a tornozeleira eletrônica com a ajuda de um soldador. A defesa e familiares seguem pressionando o Judiciário pela concessão de prisão domiciliar humanitária, alegando o estado de saúde fragilizado do ex-chefe do Executivo.

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