China critica interferência dos EUA em assuntos internos do Brasil e reforça apoio a parceria bilateral

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O representante especial da China para a América Latina, Qiu Xiaoqi, declarou nesta terça-feira (9), em Pequim, que o regime chinês condena as interferências americanas em questões internas do Brasil. A fala ocorreu em entrevista a jornalistas, na qual Xiaoqi reforçou a posição de Pequim em defesa do multilateralismo.

“Nós nos opomos ao unilateralismo e promovemos o multilateralismo. Nós nos opomos à interferência em questões domésticas. China e Brasil não são apenas parceiros importantes, mas também apoiadores e amigos de relações multilaterais”, afirmou.

As declarações surgem após a escalada de tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, motivadas pela carta enviada pelo presidente Donald Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No documento, Trump atrelou a imposição de tarifas ao Brasil ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, classificando o processo como “caça às bruxas”.

Sanções contra Moraes

Além disso, Trump determinou a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator do julgamento da trama golpista. A medida resultou na revogação de visto e no congelamento de eventuais bens do magistrado em território norte-americano.

A sanção foi interpretada no Brasil como uma medida política. Moraes afirmou a interlocutores que não possui contas ou patrimônio nos Estados Unidos.

Contexto internacional

A Lei Magnitsky é utilizada por Washington para punir atores políticos acusados de corrupção ou de violação de direitos humanos. No entanto, sua aplicação contra um ministro do STF brasileiro acentuou a percepção de interferência externa.

Enquanto isso, a posição da China amplia o isolamento internacional da medida adotada por Trump, reforçando a defesa da soberania brasileira diante de pressões externas.