
Estratégias nas redes, embates no Congresso e crise com os EUA mudaram cenário de desgaste para recuperação - © Getty
Após meses de turbulência e derrotas políticas, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu inverter um cenário considerado crítico no início do ano. A gestão, que em fevereiro amargava sua pior aprovação das três passagens pelo Planalto, voltou a respirar com a melhora nos índices de popularidade e maior controle das pautas no Congresso Nacional.
O ponto de virada começou após a derrota no episódio do IOF, quando quase 400 deputados derrubaram decretos presidenciais. Diferente de ocasiões anteriores, Lula reagiu não apenas politicamente, mas também acionando o STF, que restabeleceu parte das medidas por meio de decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Paralelamente, o PT lançou nas redes sociais uma campanha com o mote “ricos versus pobres”, explorando a defesa da taxação dos mais ricos. A ofensiva, com apoio de vídeos produzidos por inteligência artificial, colocou o centrão e a oposição na defensiva.
Outro episódio que favoreceu a narrativa governista foi o anúncio da sobretaxa de 50% imposta por Donald Trump ao Brasil, em julho. O caso permitiu a Lula resgatar a bandeira da soberania nacional e reaproximar o eleitorado das cores verde e amarelo, símbolos até então associados ao bolsonarismo. A reação inicial de Tarcísio de Freitas (Republicanos), principal aposta da oposição para 2026, foi considerada hesitante, o que ampliou o desgaste político.
A maré positiva coincidiu com a prisão domiciliar e posterior condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo STF, em setembro. Em meio ao julgamento da trama golpista e às críticas de Trump, a aprovação de Lula subiu para 33%, segundo o Datafolha, contra 24% em fevereiro. A rejeição caiu de 41% para 38%.
Na arena legislativa, o governo conseguiu vitórias recentes, como a aprovação da MP que reduz a conta de luz para famílias de baixa renda e do programa “Agora Tem Especialistas”, voltado à saúde. Nos próximos dias, a Câmara deve votar o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda, promessa de campanha em 2022.
Enquanto governistas comemoram a recuperação do fôlego, líderes da oposição afirmam que a melhora é apenas pontual e creditam os números ao alívio no preço dos alimentos.
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