
Senador afirma que explosão de balsas provoca mortandade de peixes, poluição da água e prejuízo a comunidades ribeirinhas
O senador Marcos Rogério (PL) se posicionou com veemência contra a operação da Polícia Federal realizada no último fim de semana no Rio Madeira, entre os municípios de Manicoré e Humaitá, que resultou na explosão de 71 dragas usadas em atividades de garimpo. Para o parlamentar, a medida teria provocado “graves danos ambientais e sociais” e configuraria, em suas palavras, um “crime ambiental cometido pelo próprio Estado”.
Em uma série de postagens nas redes sociais e em pronunciamento público, Rogério afirmou que a destruição das embarcações ultrapassou todos os limites:
“No Rio Madeira, a ação da PF ultrapassou todos os limites. Se há ilegalidade, as sanções devem ser aplicadas dentro da lei, sem recorrer à destruição das embarcações. Essa prática causa mortandade de peixes, polui a água que abastece as comunidades ribeirinhas, destrói o patrimônio de milhares de famílias e aprofunda a crise social e econômica da região.”
“Cenas de apocalipse”
O senador também criticou o que chamou de “espetacularização da destruição”, destacando que as imagens da operação seriam usadas em fóruns internacionais como narrativa de combate ao garimpo, mas, na prática, trariam apenas prejuízos à população local.
“São cenas dantescas, são cenas de apocalipse, assustando toda aquela comunidade e colocando em risco. Em nome do meio ambiente, quanta hipocrisia”, disse Rogério.
Ele ainda detalhou os impactos da explosão das balsas no leito do rio: “A fumaça sobe, o óleo desce, a contaminação da água e a morte da fauna aquática. Fala-se tanto em defesa do meio ambiente, mas praticam um crime ambiental na Amazônia brasileira”.
Falta de diálogo e ausência de prisões
O parlamentar também apontou que, durante a operação, nenhuma prisão foi realizada. Para ele, a ação revela a ausência de alternativas de diálogo e soluções sustentáveis:
“Não há um ambiente de entendimento para tentar resolver o problema. Apenas vão lá e destroem. E daqui a pouco volta a acontecer tudo de novo”, afirmou.
Como alternativa, Rogério defendeu a criação de um programa de extração controlada, com mitigação de impactos ambientais e fiscalização efetiva.
Pedido de explicações
Ao final, o senador anunciou que encaminhará um ofício ao Ministério da Justiça solicitando informações detalhadas sobre a operação. “Eu me somo a todos os argumentos aqui apresentados, lamentando uma vez mais que isso tenha acontecido”, concluiu.
0 Comentários