Operação Rejeito expõe esquema bilionário de fraudes em licenciamento ambiental em Minas Gerais

Operação Rejeito expõe esquema bilionário de fraudes em licenciamento ambiental em Minas Gerais


Investigações apontam envolvimento de assessor de Nikolas Ferreira em negociação suspeita ligada à mineração irregular

A Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal em 17 de setembro de 2025, segue repercutindo no cenário político e ambiental de Minas Gerais. A ação resultou em 22 prisões preventivas, 79 mandados de busca e apreensão e no bloqueio de R$ 1,5 bilhão em ativos, revelando um sofisticado esquema de fraudes em licenciamentos ambientais para exploração irregular de minério de ferro.

Entre os destaques da investigação, está a participação de Thiago Rodrigues de Faria, assessor jurídico do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), em uma negociação com a empresa Gmais Ambiental, considerada de fachada pela PF. Documentos mostram que o advogado teria intermediado a venda de direitos minerários com previsão de comissão de 25% sobre lucros que poderiam ultrapassar US$ 45 milhões.

A apuração revelou ainda que a área em questão envolve a barragem Água Fria, em Ouro Preto, classificada pelo Ministério Público Federal como uma das mais arriscadas do país, semelhante às que causaram os desastres de Mariana (2015) e Brumadinho (2019).

Mensagens interceptadas no grupo de WhatsApp chamado “Projeto Ferro” e contratos de confidencialidade apontam a articulação entre Rodrigues, o lobista Gilberto Carvalho e o delegado federal Rodrigo Teixeira, também investigados. O inquérito ainda revelou conexões políticas em denúncias eleitorais contra a deputada Duda Salabert (PDT-MG), movidas com base em informações de investigados.

A defesa de Nikolas Ferreira negou qualquer envolvimento do parlamentar no esquema, alegando tratar-se de atividade privada de seu assessor. Já a PF aponta que o grupo movimentou mais de R$ 1,5 bilhão em lucros ilícitos e tinha projetos que poderiam chegar a R$ 18 bilhões.

Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputados da oposição pedem a abertura de uma CPI da Mineração para aprofundar as apurações. Enquanto isso, o Governo de Minas iniciou fiscalizações emergenciais em áreas sensíveis e suspendeu as atividades de 19 empresas.

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