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Porto Velho, RO - Os dois primeiros dias do julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) coincidiram com a intensificação da pressão política pela anistia a Jair Bolsonaro (PL), tema que mobiliza Congresso, Judiciário e governo federal às vésperas da eleição de 2026.
Enquanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), defende um projeto restrito, que reduziria penas apenas de condenados pelos atos de 8 de Janeiro sem alcançar a cúpula política, líderes do centrão e da oposição dizem contar com cerca de 300 votos na Câmara para aprovar uma anistia ampla, incluindo o ex-presidente.
A movimentação tem como protagonista o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que esteve em Brasília nesta semana para articular diretamente com bancadas e se consolidar como alternativa presidencial. O movimento é visto como uma resposta à base bolsonarista, ao mesmo tempo em que reforça a aproximação do centrão em torno de sua candidatura.
No STF e no governo Lula, a leitura é de que o “caldo da anistia engrossou” após a entrada de Tarcísio no debate. Contudo, ministros da Corte indicam que uma proposta restrita, sem incluir o ex-presidente, seria mais aceitável juridicamente. Já setores governistas articulam mobilização popular contra o projeto, que tem sido classificado como “impunidade”.
A decisão final dependerá da tramitação no Congresso. Caso aprovado, o texto seguirá para sanção de Lula, mas pode ter veto derrubado pelo Legislativo. Além disso, caberá ao próprio STF analisar a constitucionalidade da medida.
O julgamento do ex-presidente e de outros sete réus continua até o próximo dia 12, com expectativa de condenações que podem ultrapassar 40 anos de prisão. Enquanto isso, o debate sobre a anistia avança, marcando mais um capítulo de tensão entre política, Justiça e opinião pública.
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