Agência Rondônia

Ministério Público reabre inquérito sobre a morte de Lázaro Barbosa e aponta falhas na investigação policial

Ministério Público reabre inquérito sobre a morte de Lázaro Barbosa e aponta falhas na investigação policial


Cinco anos após o caso que chocou o país, MP de Goiás determina novas perícias, oitivas e análise de laudos que podem responsabilizar agentes envolvidos na operação

O Ministério Público de Goiás (MPGO) determinou a reabertura do inquérito que investigou a morte de Lázaro Barbosa, ocorrida em 28 de junho de 2021, após uma caçada policial que durou 20 dias e mobilizou centenas de agentes entre Goiás e o Distrito Federal. A decisão, tomada agora em outubro de 2025, reacende um dos casos criminais mais marcantes da história recente do Brasil.

De acordo com o MPGO, foram identificadas “falhas graves” na apuração conduzida à época pela Polícia Militar de Goiás (PMGO) e pela Polícia Civil (PCGO). O órgão apontou ausência de depoimentos de testemunhas, falta de oitivas dos policiais envolvidos e até inconsistências no laudo cadavérico de Lázaro.

“Os elementos colhidos até aqui indicam lacunas relevantes na investigação original, o que exige novas diligências para garantir transparência e segurança jurídica ao caso”, afirmou o MP em nota.

Novas diligências e perícias

Com a reabertura do caso, o MP determinou:

  • Depoimentos dos policiais que participaram da operação e de testemunhas que presenciaram o momento final da captura;
  • Laudos periciais faltantes, incluindo o exame cadavérico completo e a reconstituição da cena da morte;
  • Análise de imagens de câmeras de segurança da região de Águas Lindas de Goiás, onde ocorreu o confronto;
  • Revisão dos relatórios médicos do hospital que atendeu Lázaro, já que há registros de que ele teria chegado com sinais vitais à unidade.

O novo inquérito ficará sob responsabilidade da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DEIH), com prazo inicial de 80 dias para conclusão e parecer final.

Contexto do caso

Lázaro Barbosa ficou conhecido nacionalmente após uma série de crimes brutais em Ceilândia (DF), em junho de 2021, que resultaram na morte de quatro pessoas de uma mesma família. A caçada policial que se seguiu — marcada por buscas em matas, cerco em fazendas e intensa cobertura midiática — durou 20 dias, até sua localização e morte em Águas Lindas de Goiás.

À época, a Corregedoria da PM concluiu que os policiais agiram em legítima defesa, mas o MPGO agora questiona a falta de provas e registros técnicos que sustentem essa versão.
Próximos passos

Se forem confirmadas as irregularidades, a reabertura do inquérito pode levar à responsabilização de pelo menos cinco agentes que participaram da operação. O processo também pode gerar indenizações e revisões de protocolos de atuação policial em ações de alto risco.

O caso, que marcou o noticiário brasileiro em 2021, volta a expor o debate sobre uso proporcional da força policial, transparência nas operações e direitos fundamentais, temas que continuam no centro das discussões sobre segurança pública no país.

👉 Siga @agencia_rondonia para mais notícias e atualizações.
📲 Entre também no nosso grupo de WhatsApp e receba notícias em tempo real: Clique aqui para participar.


Postar um comentário

0 Comentários