Agência Rondônia

EUA enviam porta-aviões USS Gerald R. Ford ao Caribe e ampliam presença militar na América Latina

EUA enviam porta-aviões USS Gerald R. Ford ao Caribe e ampliam presença militar na América Latina


Pentágono confirma operação com destróieres, aeronaves e drones sob pretexto de combate ao narcotráfico; ação tem reflexos diplomáticos e estratégicos na região

O Pentágono confirmou nesta semana o envio do porta-aviões USS Gerald R. Ford — o mais moderno da frota norte-americana — e de navios de escolta para a região do Caribe, em uma operação oficialmente voltada ao combate de redes de tráfico internacional.

Segundo o Departamento de Defesa dos EUA, a mobilização faz parte de uma ofensiva contra organizações criminosas transnacionais, incluindo ataques recentes a barcos suspeitos, um deles com seis mortos.

A presença do USS Gerald R. Ford não é simbólica. A operação envolve também destróieres, drones, aeronaves de patrulha e equipes de inteligência, compondo uma das maiores movimentações militares americanas no hemisfério sul desde 2020. O grupo de ataque, movido a energia nuclear, funciona como base flutuante de vigilância e comando, ampliando o alcance das ações do Comando Sul, que cobre o Caribe, a América Central e boa parte da América do Sul.

“A mensagem é clara: intensificar a vigilância e mostrar capacidade de reação rápida”, apontam analistas militares ouvidos por veículos internacionais.

Potência no mar

O USS Gerald R. Ford é uma engenharia colossal de 333 metros de comprimento e 100 mil toneladas de deslocamento, capaz de operar dezenas de aeronaves simultaneamente. Movido a reatores nucleares duplos, o navio possui autonomia de décadas e adota o sistema EMALS, um lançador eletromagnético que substitui as antigas catapultas a vapor, permitindo decolagens mais precisas e menos desgastes nas aeronaves.

Além disso, o porta-aviões conta com um hangar otimizado, sistema de comando avançado e uma espécie de “torre de controle marítima”, que coordena pousos e decolagens em alto mar com precisão.

Repercussão política

Embora os EUA justifiquem a ação como parte do combate ao narcotráfico, a presença do Gerald R. Ford na região gera repercussões diplomáticas. A Casa Branca endureceu o discurso sobre “narcoterrorismo”, comparando cartéis latino-americanos a grupos como Al-Qaeda e Estado Islâmico.

Recentemente, o governo americano impôs sanções ao presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e a familiares, acusando-o de tolerância com o tráfico, o que acirrou tensões entre Washington e Bogotá.

Organizações de direitos humanos, por outro lado, cobram transparência sobre as regras de engajamento e provas da ligação dos alvos com o tráfico, temendo abusos e violações de soberania.

E o Brasil?

O Brasil está dentro da área de responsabilidade do Comando Sul dos EUA, assim como outros 29 países do continente. Isso não significa operações diretas em águas brasileiras, mas coloca o país no radar de cooperação diplomática e militar.

Especialistas apontam que a movimentação pode reacender o debate entre segurança marítima e soberania nacional, especialmente diante de um reforço militar de tamanha magnitude.

“É como se, em vez de chamar uma viatura, alguém estacionasse um quartel inteiro na esquina”, ironizou um analista em segurança internacional.

Com o poder de um quartel flutuante, o USS Gerald R. Ford transforma o Caribe em um novo ponto de observação estratégica dos Estados Unidos, e sua permanência, segundo observadores, deve durar bem mais que as manchetes iniciais.

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