Agência Rondônia

Ministros do Centrão desafiam seus partidos e decidem manter apoio a Lula

Ministros do Centrão desafiam seus partidos e decidem manter apoio a Lula

Celso Sabino e André Fufuca resistem à pressão de União Brasil e PP e apostam em aliança com o Planalto para fortalecer projetos ao Senado em 2026 - Foto: Alessandra Serrão/MTur

Apesar da pressão intensa das cúpulas partidárias, os ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte) decidiram permanecer no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A escolha expõe o racha entre a direção das legendas do Centrão e suas bancadas no Congresso, que preferem manter os espaços no Executivo e o diálogo com o Planalto.

Sabino, que vinha sendo pressionado pelo União Brasil a entregar o cargo, teve o apoio de 46 dos 59 deputados federais da legenda, que assinaram carta em defesa de sua permanência. O gesto, além de garantir seu cargo, revelou o cálculo político de muitos parlamentares: Lula é visto como um aliado mais vantajoso para as eleições de 2026 do que os próprios dirigentes partidários.

A direção nacional quer fazer oposição, mas a gente quer sobreviver em 2026”, afirmou um deputado da legenda sob reserva, destacando o peso eleitoral do presidente no Norte e Nordeste — regiões onde Sabino tem base política.

Mesmo após entregar uma carta de demissão, o ministro voltou atrás e decidiu permanecer no cargo. O União Brasil abriu um processo disciplinar interno contra ele, sob a relatoria do deputado Fábio Schiochet (SC). Sabino tem até esta segunda-feira (6) para apresentar defesa.

Ainda que o partido recomende sua expulsão, o ministro não perderá o mandato de deputado federal, conforme entendimento do TSE.

Aliado próximo do Planalto, Sabino deve disputar o Senado pelo Pará em 2026 e já conta com o apoio direto de Lula para a campanha.


Fufuca segue o mesmo caminho

Situação semelhante vive o ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA). Pressionado por Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, a deixar o governo até terça-feira (7), ele resiste à ordem e mantém a rotina no ministério.

Assim como Sabino, Fufuca acompanha o presidente em eventos no Nordeste — nesta segunda-feira (6), participa da entrega de mais de 2.800 moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, em Imperatriz (MA).

Ciro chegou a ameaçar retirar o comando estadual do PP das mãos de Fufuca, mas descartou expulsá-lo por ora. O ministro também mira uma candidatura ao Senado em 2026 e avalia que sua associação a Lula pode ser decisiva para o futuro político no Maranhão, onde o petista mantém alta popularidade.


Lula aposta na estabilidade política

No Planalto, o presidente e seus assessores avaliam que manter ministros do Centrão é estratégico para garantir governabilidade no Congresso. Por isso, Lula tem evitado comentar publicamente os conflitos internos dos partidos aliados, a fim de não provocar disputas por espaço dentro da Esplanada.

Com Sabino e Fufuca, o governo reforça a leitura de que alianças pragmáticas podem falar mais alto que as diretrizes partidárias — especialmente em um momento em que as legendas buscam se reposicionar para as eleições de 2026.


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