
A Polícia Federal (PF) investiga um esquema de fraudes em concursos públicos que teria movimentado até R$ 500 mil por candidato, com atuação em diversos estados do país. A Operação Última Fase, deflagrada na semana passada, já resultou na prisão de três pessoas e na apreensão de provas que ligam o grupo ao Concurso Nacional Unificado (CNU) realizado em 2024.
O caso ganhou destaque após a aprovação de três pessoas da mesma família de Patos (PB) para o cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho (AFT) — um dos mais concorridos, com salário inicial de R$ 22,9 mil. Entre os aprovados estão Wanderlan Limeira de Sousa, ex-policial militar apontado como líder do esquema, seu irmão Antônio Limeira das Neves e a sobrinha Larissa Neves, que segundo as investigações, recebeu antecipadamente o gabarito e até o tema da redação antes da prova.
📱 Mensagens obtidas pela PF mostram que Larissa e o pai discutiam a venda de imóveis e joias para pagar os R$ 500 mil cobrados pela fraude. Conversas também indicam que a candidata recebeu as respostas das provas da manhã e da tarde antes do início dos exames, além de um texto completo para a redação.
A investigação identificou ainda que outros seis candidatos tiveram gabaritos idênticos aos da organização criminosa, acertando e errando as mesmas questões. O grupo também é suspeito de intermediar fraudes em concursos da Caixa Econômica Federal, polícias civis, Polícia Federal e até no exame da OAB.
Entre os investigados estão ainda Luiz Paulo Silva dos Santos, suspeito de fraudar mais de 67 concursos, e Thyago José Andrade, apontado como um dos operadores do esquema. Segundo a PF, os dois chegaram a realizar provas apenas para demonstrar a eficácia da fraude.
Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e medidas cautelares de afastamento de servidores aprovados por meio do esquema. A Justiça Federal determinou ainda o bloqueio de bens e o levantamento de movimentações financeiras suspeitas.
Os investigados devem responder pelos crimes de fraude em concurso público, organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos públicos.
O Ministério da Gestão e Inovação informou, em nota, que colabora com as investigações e adotará as medidas cabíveis para afastar os envolvidos.
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