
Pela regra do BC, o rotativo só pode ser cobrado por até 30 dias e vira parcelamento automático (8,86% ao mês). Especialistas explicam como trocar a dívida por crédito mais barato e organizar o orçamento - (foto © Shutterstock)
Com juros médios de 15,14% ao mês, o rotativo do cartão de crédito é hoje a modalidade mais cara para pessoas físicas. Pela regra do Banco Central, o rotativo só pode ser utilizado até a fatura seguinte — ou seja, no máximo 30 dias. Depois desse período, a dívida entra em parcelamento automático, cuja taxa média é de 8,86% ao mês.
Na prática, o impacto é imediato no bolso. Um atraso de R$ 1.000 no rotativo vira R$ 1.151,40 em 30 dias. No segundo mês, com o parcelamento, o total pode chegar a R$ 1.253,41, sem contar IOF diário e multa por atraso. Pela Lei do Desenrola, porém, os juros não podem ultrapassar 100% do valor original — isto é, a dívida não pode mais do que dobrar (R$ 1.000 → limite de R$ 2.000).
Diante desse cenário, planejadores financeiros recomendam substituir o rotativo por linhas mais baratas e reorganizar o orçamento antes de assumir novos compromissos. O passo inicial é mapear entradas e saídas, separando despesas por classe (saúde, alimentação, moradia, mobilidade) e por essenciais x não essenciais (ex.: supermercado x delivery). Assim, fica mais claro o custo de vida e o espaço para um plano de quitação.
Outro ponto crucial é entender a composição da dívida: quanto é principal (compras parceladas) e quanto já é juros e encargos do mês anterior. Sem esse “raio-x”, qualquer renegociação fica frágil. Se houver investimentos, especialistas orientam resgatar para pagar a fatura cara; se não houver, trocar o rotativo por crédito com taxas menores.
Entre as alternativas, o crédito pessoal (média de 5,29% a.m.) e o consignado (média de 1,99% a.m.) costumam ser bem mais baratos que o rotativo, variando por banco, perfil do cliente e modalidade (INSS, servidor, CLT). No consignado, atenção: as parcelas saem direto do salário/benefício — é essencial garantir que não comprometam gastos básicos para evitar novo endividamento.
Negociar com o próprio banco também ajuda: as instituições preferem renegociar a ver o cliente inadimplente e, muitas vezes, oferecem prazos maiores e descontos em juros acumulados. Em alguns casos, pode valer solicitar ajuda de familiares, mas formalize por escrito para preservar a relação.
Para não repetir o ciclo, vale reduzir o limite do cartão, migrar para cartão pré-pago (gasto limitado à recarga) e, se não der para quitar a fatura integralmente, parcelar antes do vencimento — assim, você evita o rotativo. A meta de médio prazo é formar uma reserva de 6 a 12 meses de despesas.
Passo a passo para sair do rotativo
- Identifique e reestruture seu custo de vida.
- Entenda a dívida (principal x juros/encargos).
- Mapeie a capacidade real de pagamento mensal.
- Use investimentos (se houver) para quitar.
- Troque por crédito mais barato (pessoal/consignado) se precisar.
- Negocie com o banco e evite novas compras a prazo.
- Mantenha hábitos saudáveis e construa reserva de 6–12 meses.
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