Agência Rondônia

União Brasil abre processo de expulsão de Celso Sabino por permanecer no governo Lula

União Brasil abre processo de expulsão de Celso Sabino por permanecer no governo Lula

Ministro do Turismo desafia decisão da legenda e diz que não deixará o cargo antes da COP30, que será sediada no Pará - © Najara Araujo/Câmara dos Deputados

O União Brasil anunciou nesta quarta-feira (8) a abertura de processo de expulsão contra o ministro do Turismo, Celso Sabino, por descumprir a determinação do partido de deixar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A legenda, que havia formalizado seu desembarque da gestão petista em setembro, decidiu aplicar três punições imediatas ao ministro:

  1. Encaminhar seu caso ao Conselho de Ética para julgamento em até 60 dias;

  2. Dissolver o diretório estadual do Pará, controlado por Sabino;

  3. Afastá-lo de todas as atividades partidárias, incluindo a executiva nacional.

A decisão foi tomada durante reunião da executiva nacional do União Brasil, convocada pelo presidente Antônio Rueda, e contou com a presença do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, um dos principais nomes do partido e pré-candidato à Presidência da República em 2026.

“Soldado do Lula e do União Brasil não dá”
Antes do encontro, Caiado criticou duramente o ministro, afirmando que Sabino atua como “soldado do Lula” e comete um “ato de imoralidade política” ao permanecer no governo.

“Se ele quiser ficar no governo mesmo, é uma imoralidade ímpar. Soldado do Lula e soldado do União Brasil? Como é isso? É uma condição que não pode ser admitida”, afirmou o governador goiano.

Sabino, por sua vez, defendeu sua permanência no ministério. Em entrevista após a reunião, disse que não deixará o cargo antes da COP30, conferência climática que ocorrerá em Belém (PA), seu estado de origem.

“Estamos a 30 dias da COP30, maior reunião diplomática do mundo. Não é oportuno que haja uma interrupção no trabalho. Vou permanecer pelo bem do povo do Pará e pela COP30”, declarou.

O ministro também criticou o rumo político adotado pela legenda:

“O União Brasil tomou decisões equivocadas. Os partidos precisam atender aos interesses da população, e não a estratégias eleitorais.”

Sabino, que se licenciou do mandato de deputado federal pelo Pará em 2023, afirmou ainda que pretende disputar as eleições de 2026 e que deixará o cargo no ano que vem para se desincompatibilizar.

Punição semelhante no PP
No mesmo dia, o Progressistas (PP) também puniu um de seus ministros: André Fufuca (Esporte) foi afastado da vice-presidência nacional do partido e da direção estadual no Maranhão, após resistir às ordens de deixar o governo.

“O partido reitera que não faz e não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica ou programática”, afirmou o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, em nota oficial.

Com os dois episódios, aumenta a tensão entre o governo Lula e as siglas do Centrão, que vinham mantendo uma aliança pragmática no Congresso, mas agora buscam reafirmar independência política de olho nas eleições de 2026.

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