
Presidente do Senado reage à demora no envio de documentos e afirma que cronograma é prerrogativa exclusiva da Casa (foto © Getty)
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), criticou neste domingo (30) o que classificou como uma interferência indevida do governo federal no processo de votação da indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF). O senador reafirmou o prazo estabelecido para a sabatina, marcada para o dia 10 de dezembro, e demonstrou desconforto com a não entrega, até o momento, da documentação necessária para análise do indicado.
Segundo Alcolumbre, após a escolha presidencial ser oficializada no Diário Oficial da União, causa “perplexidade” que a mensagem formal com os documentos ainda não tenha sido enviada ao Senado. Ele destacou que a responsabilidade sobre o cronograma da sabatina é exclusiva da Casa legislativa e que qualquer tentativa de interferência viola a harmonia entre os Poderes.
A sabatina só pode ser realizada após a entrega completa das informações, incluindo histórico profissional e certidões negativas. Mesmo assim, Alcolumbre defende que a data escolhida segue o padrão de indicações anteriores ao STF, citando casos como os de Cristiano Zanin e Gilmar Mendes, ambos analisados cerca de 20 dias após a indicação.
Em resposta, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou nas redes sociais que o governo “jamais rebaixou a relação com o Senado” e negou qualquer negociação de cargos ou liberação de emendas. Para ela, insinuações desse tipo “ofendem as instituições e a verdade”.
Gleisi ressaltou que outras sabatinas importantes – como a de ministros do STF, procuradores-gerais e diretores do Banco Central – ocorreram com transparência e respeito às prerrogativas de cada Poder. A ministra reforçou que o Executivo respeita o processo e que a relação com Alcolumbre sempre foi republicana.
Apesar disso, a tensão política permanece desde que Lula indicou Messias para a vaga no Supremo. Nos bastidores, senadores relatam preocupação com um possível desgaste institucional caso o nome seja rejeitado — algo que não ocorre desde o século XIX. A avaliação é de que uma derrota poderia gerar uma crise sem precedentes recentes.
Alcolumbre, que defendia a escolha do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga, já demonstrou publicamente insatisfação e, reservadamente, tem reforçado que dispõe de até 60 votos para barrar a indicação. Aliados afirmam que, mesmo diante de eventual articulação governista, o presidente do Senado estaria disposto a encurtar prazos de votação para impedir a aprovação de Jorge Messias.
Enquanto membros da base tentam agir com discrição para evitar maior desgaste, cresce a expectativa sobre um possível movimento de Lula para restabelecer diálogo com o Senado e garantir a aprovação do indicado.
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