
Virgílio Filho foi afastado após a Operação Sem Desconto; parlamentares apontaram relação entre sua atuação no INSS e serviços prestados por sua esposa a instituições com acordos de cooperação técnica (foto Carlos Moura/Agência Senado)
O ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, prestou depoimento de mais de seis horas à CPMI do INSS, nesta quinta-feira (23), em meio a suspeitas de conflito de interesses envolvendo sua gestão no órgão e a atuação profissional de sua esposa, a médica Thaisa Hoffmann Jonasson.
Virgílio Filho foi afastado do cargo em abril deste ano, após ser alvo da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que investiga fraudes em descontos indevidos em benefícios previdenciários de aposentados e pensionistas.
Os parlamentares destacaram que, enquanto exercia a chefia da Procuradoria do INSS, a esposa do ex-procurador prestava serviços a entidades com acordos de cooperação técnica (ACT) com o órgão — o que, segundo os membros da comissão, configura potencial conflito de interesse.
“Há um claro conflito de interesse. Não faço pré-julgamento, mas é muito fora da tipicidade o que está acontecendo com o senhor”, afirmou o senador Rogério Marinho (PL-RN) durante a sessão.
O ex-procurador afirmou se sentir “injustiçado” e disse que a CPMI tem um “viés político”, mas negou ter cometido irregularidades.
Questionamentos sobre cargos e omissões
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) questionou Virgílio sobre suas nomeações anteriores em cargos de confiança, ao que ele respondeu que foi convidado para o INSS pelo então advogado-geral da União, Bruno Bianco, durante o governo Jair Bolsonaro.
Virgílio afirmou ainda não ter conhecimento de auditorias da CGU sobre descontos irregulares em governos anteriores, o que levou Soraya a destacar a “ausência de atuação efetiva” da Controladoria antes de 2023.
Acusações e silêncio
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) questionou o depoente sobre uma viagem com o empresário Danilo Trento, investigado por desvio de recursos de aposentados. Virgílio optou por permanecer em silêncio, seguindo orientação de seus advogados.
Damares também mencionou informações sobre a compra de armas por Virgílio Filho e questionou se sua esposa estaria em segurança, o que gerou tensão na sessão.
“A forma como o senhor expôs sua esposa foi uma grande violência. O senhor destruiu a carreira de uma médica brilhante”, disse a parlamentar. “Os documentos levantados pela CPMI vão garantir alguns bons anos de cadeia para o senhor.”
Processo administrativo e críticas ao governo
Em resposta ao deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), Virgílio confirmou que é alvo de processo administrativo na Advocacia-Geral da União (AGU), o que pode resultar em demissão do serviço público.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) também questionou o ex-procurador sobre sua atuação em pareceres técnicos, apontando que o único documento de sua autoria tratava de acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
Encerrando a sessão, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), criticou a condução do governo federal no caso e prometeu seguir as investigações até a responsabilização dos envolvidos.
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Em resposta ao deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), Virgílio confirmou que é alvo de processo administrativo na Advocacia-Geral da União (AGU), o que pode resultar em demissão do serviço público.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) também questionou o ex-procurador sobre sua atuação em pareceres técnicos, apontando que o único documento de sua autoria tratava de acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
Encerrando a sessão, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), criticou a condução do governo federal no caso e prometeu seguir as investigações até a responsabilização dos envolvidos.
“O Brasil viu hoje que muitos de seus Josés e Donas Marias estão pagando por um crime que nunca cometeram. É por eles que esta CPMI existe, é por eles que esta comissão não se calará”, declarou Viana.
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